Pode-se, grosso modo, estabelecer cinco fases para caracterizar o surgimento da agricultura (e da agronomia) no mundo. Essas fases se entrecruzam, coexistindo e sucedendo-se no tempo:
- Primeira fase: trata-se do período de “sobrevivência” humana na terra, da prática da coleta, da caça, do cultivo primitivo sobre queimadas e desmatamentos sumários;
- Segunda fase: desde o neolítico, aparece uma agricultura mais ou menos organizada, para proveito de um pequeno número de nobres e do clero. Os operários da época, cujo trabalho era a condição de sobrevivência social, são os escravos ou servos ligados a essas glebas;
- Terceira fase: pouco a pouco, ainda na Idade Média, os verdadeiros agricultores se diferenciam no interior das populações de escravos e se organizam as primeiras unidades agrícolas mais ou menos independentes em áreas periféricas aos feudos, concedidas pela igreja ou pelos senhores feudais. A Revolução Francesa, em 1789, acelera este processo na França e na Europa. Dois sistemas se caracterizam nesta fase: um, baseado na tração bovina e, outro, na tração por cavalos, tradição esta retomada da Antiguidade, com grande importância durante a Renascença e atingindo seu apogeu no século XIX;
- Quarta fase: no fim do século XIX e durante todo o século XX, as teorias econômicas substituem, gradativamente, a então “economia rural”, implantando a lógica do rendimento financeiro (regimes capitalistas) ou político (regimes socialistas). O objetivo de uma exploração agrícola deste tipo é o da acumulação de capital através da sustentação de uma
economia de consumo de massa. A modernização agrícola aparece como um processo científico e técnico de “libertação” da atividade produtiva dos contratempos do meio físico - Quinta fase: No final do século XX surge um ideário agronômico novo, que transforma a agricultura de nível nuclear, familiar, em outra de abrangência do Estado e, se possível, do global. Trata-se da gestão, conservação e recuperação do meio ambiente global. O termo ecologia recobre em parte esta concepção da ação do homem sobre seu meio ambiente. Trata-se, de fato, de algo muito mais amplo: pode-se falar de uma “agronomia global”, que aborda as relações das pessoas com seu ambiente natural.
Nenhum comentário:
Postar um comentário